Vibe Coding: IA Escreve Código. E os Engenheiros?

Share
bits wizard anime

Vibe Coding: IA Escreve Código. E os Engenheiros?

Vibe Coding: IA Escreve Código. E os Engenheiros?

O Apocalipse da Programação?

Imagine um mundo onde criar um aplicativo ou site complexo exige apenas digitar instruções em português. Bem-vindo ao vibe coding! Modelos de IA como os da OpenAI, Anthropic e Google estão transformando texto em código funcional, levantando uma questão explosiva: será o fim dos empregos em engenharia de software?

De Assistente a Autor

Em 2022, o ChatGPT mal ajudava em pequenos trechos. Hoje, ferramentas já criam jogos multiplayer, apps completos e sistemas comerciais. O termo “vibe coding”, cunhado pelo pesquisador Andrej Karpathy, descreve essa programação via prompts textuais. Steve Yegge, ex-Google e AWS, testemunha: “Monitoro 4 projetos simultâneos onde a IA gera 90% do código. É como dirigir um Ferrari mental”.

Previsões que Assustam

Dario Amodei, CEO da Anthropic, projeta:

  • Em 3-6 meses: IA escreve 90% do código
  • Em 12 meses: quase a totalidade

X e Bluesky fervilham com relatos de demissões em massa. Mas será real?

Os Limites da Magia

Especialistas apontam armadilhas perigosas:

  • Bugs invisíveis: A IA não entende dependências complexas entre partes do sistema.
  • Vulnerabilidades graves: Código gerado pode ter brechas de segurança críticas.
  • Ilusão de funcionalidade: Alguns “apps” só simulam ações reais.

David Autor, economista do MIT, alerta: “Software sério exige precisão milimétrica. ‘Quase funciona’ não basta”.

A Grande Divisão

Há dois campos na comunidade:

  • Entusiastas: Jovens criam protótipos em horas (36% dos desenvolvedores).
  • Céticos: Veteranos temem códigos “bomba-relógio” (38%).

Martin Casado, da Andreessen Horowitz, resume: “IA faz coisas brilhantes, mas não tarefas específicas”.

O Paradoxo do Conhecimento

Ironia: programar com IA exige mais conhecimento técnico. Yegge compara: “É como supervisionar crianças. Elas fazem tudo… inclusive desastres”. Sem entender código, você:

  • Não corrige erros
  • Gasta fortunas em tokens
  • Cria sistemas inoperantes

Mudança, Não Extinção

Empresas como Honeycomb reportam ganhos de 50% em produtividade, mas apenas em tarefas repetitivas. Para Christine Yen, CEO da empresa: “O julgamento humano é insubstituível em sistemas críticos”.

A mudança pode ser:

  • Menos vagas júnior: IA substitui tarefas básicas.
  • Superengenheiros: Profissionais que “orquestram” IA ganham destaque.

Adaptar ou Sair

Yegge e Gene Kim, autores do livro “Vibe Coding”, sugerem táticas:

  • Bases de código modulares
  • Testes automatizados compulsórios
  • Foco em arquitetura e lógica

Naveen Rao, da Databricks, aconselha: “Aprender programação ainda vale, como aprender matemática. É sobre dominar a máquina”.

A revolução chegou. Mas em vez de apocalipse, talvez seja a era dos “maestros digitais”.