A indústria de segurança para os microcomputadores é antiga, nasceu praticamente junto com os primeiros PCs na década de 80. Os vírus que existiam então eram simplórios, só para ter idéia podemos dizer que um dos mais famosos era o “ping-pong”, onde uma bolinha branca ficava pulando no vídeo do micro infectado. Outro muito conhecido era o “stoned”, palavra que significa algo como “chapado” ou “doidão”, em inglês, e o nome foi dado porque o micro ficava meio “doido”, demorava para responder aos comandos ou fazia coisas que não haviam sido solicitados, porém nada de danoso.
Agora os tempos são outros. A criação de vírus foi deixada em segundo plano pelos especialistas, que voltaram seus esforços para violar a segurança dos computadores. Isto porque a idéia dos primeiros criadores de vírus era ficar famoso ou ver seu “trabalho” aparecer na mídia, isto é, o mais importante era a vaidade. Com o tempo foram ficando mais objetivos, procurando ganhar dinheiro com sua atividade ao roubar senhas de banco, números de cartão de crédito ou códigos de acesso a sistemas administrativos. Claro, por outro lado, ganham dinheiro também ensinando as empresas como aumentar a segurança de seus sistemas ou a detectar computadores infectados
Além dos próprios criadores de vírus, a indústria de antivírus também prosperou. Tanto é assim que existem muitas pessoas que pensam ser os próprios fabricantes de antivírus que criam os vírus, mas isto é tolice pois estas empresas não precisariam gastar dinheiro com isto, visto existirem milhares de criadores de vírus pelo mundo afora que se encarregam gratuitamente desta tarefa.
Não obstante os grandes lucros auferidos, as empresas de antivírus foram forçadas a criar produtos para serem distribuídos livremente, sem pagamento algum. A idéia é cativar o usuário e acostumá-lo com seus produtos de maneira que, quando este mesmo usuário necessitar de mais segurança ou de um produto diferenciado, se disponha a pagar para ter uma versão mais caprichada ou ampliada de outro produto da empresa que lhe ofereceu o produto gratuito.
Os antivírus gratuitos já se tornaram parte da maioria dos computadores pessoais, e a dúvida mais freqüente dos usuários é sobre qual deles escolher. Para ajudar na escolha dúvida, fizemos uma seleção das opções mais comuns, junto com uma média das avaliações feitas por diversas publicações e sites nacionais e internacionais, com destaque para um teste feito no INFOLAB, laboratório de informática da Editora Abril, que experimentou os antivírus escaneando um PC com 2019 arquivos infectados. Este teste foi publicado na Revista Info nº 280 (junho/09) de onde fizemos o resumo mostrado a seguir. Acompanhe:
Avast Home Edition 4.8
Foi o que obteve os melhores índices de detecção entre os seis antivírus gratuitos testados. Identificou quase todos os vírus, 97% do total. Também encontrou todas as pragas antigas sinalizando a existência inclusive de mais de uma ameaça por arquivo. E fez tudo isso rapidamente, demorando 47 segundos para concluir a primeira operação e 12 minutos para terminar a segunda. Apesar da interface não ser das mais elegantes, o uso é fácil. Um diferencial do Avast está na variedade e abrangência dos recursos, que incluem desde antispyware até verificação de arquivos trocados via mensageiros instantâneos. O maior inconveniente do Avast está na exigência de registro no site do fabricante, que deve ser renovado a cada 14 meses, e nos pequenos anúncios que aparecem na parte de baixo da interface.
Comodo Internet Security 3.9
Mais conhecida pelo bom desempenho do seu firewall, a Comodo Security tem este antivírus que, por sinal, é bem decente. É um pacote que reúne os dois produtos e que se saiu bem nos testes, com o segundo melhor desempenho ao vasculhar a amostra de pragas recentes, com 1.773 ameaças identificadas em cerca de 3 minutos. Na coleção de arquivos maliciosos antigos o Comodo detectou 5.788 infecções após uma varredura de aproximadamente 26 minutos. Sua proteção residente foi a que consumiu menor quantidade de memória (4,6 MB). Faltam, porém, alguns recursos importantes como anti-spyware, anti-rootkit e sistema de varredura de email. A interface do Comodo é um pouco poluída, por conta do grande número de opções de configuração, e está disponível só em inglês.
AVG Antivirus Free 8.5
O mérito do AVG é ter inaugurado o segmento de mercado dos antivírus gratuitos, e o programa continua a incorporar recursos para manter sua popularidade. Desde a versão 8 o programa ganhou um importante diferencial: a ferramenta LinkScanner, responsável por vasculhar páginas da web em busca de links para sites mal intencionados. Também houve grande melhora na interface, que se tornou uma das mais intuitivas e funcionais entre todos os antivírus gratuitos. Conseguiu achar 1.530 pragas (76%) em 3 minutos e 39 segundos. Seu desempenho foi um pouco melhor ao verificar a coleção de arquivos infectados com vírus mais antigos, com mais de uma ameaça detectada por arquivo após 42 minutos de exame.
Avira Antivir Personal 9
Muito popular entre os técnicos, o Avira se saiu bem ao vasculhar os dois pacotes de vírus. Entre as ameaças mais recentes conseguiu identificar 1.729 arquivos com problemas (85% do total) em apenas 26 segundos. Ao analisar o mesmo pacote compactado em formato RAR o tempo subiu para 1 minuto e 22 segundos. Na varredura de malware mais antigo foram apontadas 6.087 pragas digitais em 6 001 arquivos depois de 37 minutos. O processo teve o segundo tempo mais Longo, menor apenas do que o do AVG, e tem o mais alto consumo de memória (135 MB). 0 Avira conta com anti-spyware, anti-discador e anti-rootkit, mas não dispõe de firewall e não verifica e-mail. Entre as desvantagens, a interface é bastante simples e não está disponível em português, e além disto fica a toda hora exibindo uma enorme janela com anúncios.
Rising Free Antivirus 2009
Produzido pela empresa chinesa Beijing Rìsing, ainda é pouco conhecido pelos brasileiros. Adota um sistema inovador para evitar que programas maliciosos alterem suas configurações: qualquer tentativa de mudança exige confirmação por captcha, aqueles desenhos com letras e números que o usuário precisa entender e digitar. Além de monitorar os drives de CD e DVD, o programa fica de olho nas portas USB do micro. 0 Rising inclui anti-spyware, anti-rootkit e scanner de email. Conseguiu detectar apenas 1.070 infecções (53% do total) no pacote recente de pragas. Não teve problemas, contudo, para dar conta da coleção de malware mais antigo. A interface não está traduzida para o português.
PC Tools Antivirus Free Edition 6
0 maior trunfo do PC Tools está na interface intuitiva, disponível em português. As funções principais ficam organizadas no lado esquerdo, enquanto textos explicativos acompanham os principais botões, facilitando seu uso pelos novatos. Nos testes de varredura o aplicativo obteve as menores marcas dos seis programas analisados. Na verificação do pacote com vírus novos o PC Tools só conseguiu identificar 649 ameaças, ou seja, 32% do total. No exame dos programas mais antigos foi o único que não encontrou malware em todos os arquivos – foram detectados 5 246, equivalentes a 87% do total. Também não conseguiu escanear o interior de um arquivo compactado no formato RAR. Outro ponto negativo é a falta de recursos importantes como antispyware e firewall. Felizmente essas ferramentas fazem parte de outros programas da empresa que, justiça seja feita, também podem ser baixadas gratuitamente.
Conclusão
Os testes feitos no laboratório da Revista PnP apontam que as melhores opções são mesmo o Avast e o AVG, com destaque para a capacidade de detecção do primeiro. Os demais produtos também têm seus atrativos, podendo ser a escolha em determinadas situações e para certos objetivos mais específicos.